Já agradeceu o DJ que escreveu a história da tua noite?
Por FIIH, CEO do ROLÊ ENTRETENIMENTO

Tem set que a gente dança.
Tem set que a gente vive.
E tem set que a gente lembra pra sempre.
Esse editorial é pra falar com (e sobre) quem escreve histórias com som.
Porque sim: o DJ não tá ali só apertando play. Tá te contando um enredo inteiro com tensão, respiro, clímax e catarse sem dizer uma palavra sequer.
DJ: Autor da experiência
Tocar é mais do que animar a pista. É narrar.
Cada track escolhida com cuidado é como uma frase bem escrita.
Cada transição bem feita é um parágrafo que prende o fôlego.
Cada virada de BPM pode ser um plot twist que muda tudo e você nem percebe como chegou até ali, mas tá sentindo tudo.
No fundo, a gente sabe: existe ali uma dramaturgia invisível que só se revela em quem se permite sentir o som e não só ouvi-lo.
O DJ é um roteirista da madrugada. Um cronista do corpo coletivo. Um contador de histórias que usa graves no lugar de vírgulas.
Set também é resistência
Num tempo em que o sucesso se mede por número de plays e o algoritmo é quem decide quem merece atenção, tem muito DJ indo na contramão.
Estudando vinil. Garimpando relíquias no Bandcamp. Trocando referências por WhatsApp com DJs de outros países. Criando sets que não querem viralizar, querem ficar.
E isso é resistência.
A arte vai além do drop. Vai além do story. Vai além do momento de explosão na pista.
Tem pesquisa. Tem crítica. Tem política. Tem memória.
Tem DJ que coloca no set o que acredita e isso é mais valioso do que qualquer trend passageira.
Cria, mas acredita. E credita.
Se tem uma coisa que o ROLÊ bate na tecla é: cria, mas acredita.
Acredita que teu som é linguagem. Que tua mix é discurso.
E se você é quem dança, credite em quem cria a sua trilha.
Já passou da hora da gente valorizar quem está por trás do que a gente sente.
Chega de tratar DJ como playlist humana. Chega de pedir “toca aquela” sem nem saber que aquela faixa foi escolhida com intenção.
Marcar o DJ no story é o mínimo. Reconhecer o trampo é o básico.
Valorizar, ouvir, indicar, chamar pra tocar, remunerar bem e falar do set com amor é o que constrói cena.
Quem narra a pista também escreve história
Alguns sets mudam a noite. Outros mudam a gente.
E tem aqueles que, de tão bons, parecem que traduziram tudo o que você não conseguia dizer.
Então a pergunta é simples:
Você já agradeceu o DJ que escreveu a história da tua noite?
Se não, o momento é agora.
Marca essa pessoa aqui. Valoriza enquanto é tempo. E nunca esquece: a pista também é narrativa.